O Olhar que o Tempo Muda: Revisitar 'A Rede Social'
Publicado por Jivago Achkar em ... cinema em abril 26, 2025Antes do filme “A Rede Social” ser lançado nos cinemas, em 2010, eu havia comprado o livro que deu origem à adaptação cinematográfica. No livro, há muitos detalhes adicionais sobre a história da criação do Facebook que não aparecem no filme e, por essa razão, ao assistir ao filme, com meus 20 anos nas costas, não gostei da experiência e saí da sala dizendo que o livro era melhor — que o livro continha mais informações sobre a história e que o filme não mostrou todas elas. E o tempo passou.
No primeiro dia de novembro de 2020, em meio à pandemia, decidi rever o filme, 10 anos depois de tê-lo assistido no cinema. Aos 30 anos, com muito mais experiência cinematográfica, pude perceber o quão inexperiente eu era em analisar os filmes pós-sessão e como ainda traçava o paralelo entre cinema e literatura, sem compreender que, independentemente das decisões criativas, um filme não necessariamente precisa ser fiel à obra-base.
O filme possui uma música na trilha sonora, composta por Trent Reznor e Atticus Ross, intitulada Hand Covers Bruise, que hoje me faz sentir tanto nostalgia pela época quanto uma carga de existencialismo sobre a nossa relação com as redes sociais. O Facebook não é mais o mesmo, assim como o Instagram também não é e, embora o YouTube ainda seja a minha rede favorita para vídeos, insiste em querer ser mais do que é. E é justamente nessa plataforma de vídeos tão querida por mim que, assistindo a cenas do filme do Facebook e ouvindo essa música da trilha, refleti sobre como a nossa percepção em relação à arte muda com o passar dos anos — e como revisitar um filme, um disco ou um livro pode nos fazer redescobrir uma nova paixão.